Ironman Brasil em Jurerê Internacional é um evento diferenciado com grande presença de atletas e dia intenso para os amantes do esporte. Nesse contexto, entra a questão da transição entre as modalidades. Como podemos relacionar essa fase de uma prova de alto grau de exigência com os momentos de nossa vida e aprender com os atletas a nos adaptar diante de uma mudança inevitável?

Ironman Brasil em Jurerê Internacional: 3 questões para levar em consideração na transição.

Quando falamos de uma prova com o Ironman Brasil em Jurerê Internacional lembramos que o treinamento é muito importante. O método de treinamento depende dos objetivos pessoais de cada um. Para aqueles atletas que buscam bons resultado é fundamental, pensar e agir em torno da preparação para transição. A mesma envolve a passagem de uma modalidade para outra e inclui o ambiente físico que a mesma acontece.

1- Aspecto de planejamento:

A vida exige de todos nós uma certa capacidade de previsibilidade. Para antever algumas situações é importante mapear o caminho que tornará mais fácil o esforço a ser despendido. Numa prova como o Ironman Brasil em Jurerê Internacional isso não é diferente. Tudo começa pela leitura do regramento da prova, passa pelo detalhamento de todos os equipamento que serão utilizados e finaliza com a mentalização dos processos dentro do ambiente físico da transição.

As regras básicas na Transição

  • O principio do respeito ao demais competidores.
  • Cumprir o momento certo para retirada de equipamentos como capacete e touca é importante. São questões de segurança pessoal que estão acima de “segundos que possamos ganhar”. Numa prova como o Ironman Brasil em Jurerê Internacional, o atleta terá que cumprir a determinação para evitar penalidades.

O Mapeamento mental

Quando vivemos momentos de transição em nossas vidas, o planejamento também é fundamental. Estudar o caminho para lidar com a mudança, passa pela definição de novos objetivos e estratégias que vamos adotar. Isso ajudará para que a passagem seja mais tranquila. Quando falamos de transição em nossas vidas, a primeira que aparece com grande impacto é a da adolescência para a fase adulta. Justamente nessa fase as questões de planejamento ainda não estão claras. Muitas vezes vamos na intuição seguindo um percurso criado em nossas mentes e não conseguimos transitar com qualidade. Mas são muitas questões que expõe esse momento tão decisivo. Fica o exemplo do atletas de alta performance e sua grande necessidade de planejamento para lidar com a mudança inevitável numa prova ou na vida, lembrando que eles pensam e treinam a execução de forma a aperfeiçoar o caminho que virá.

2- Aspectos executivos:

As duas transições da prova exigem capacidade executiva. Assim como na vida, não basta traçar o caminho mentalmente. É preciso fazer e da melhor forma possível. A execução da transição na prova de Ironman Brasil em Jurerê foi assim resumidamente descrita por Guilherme Albani, um dos atletas da prova e que vive no norte da Ilha de Santa Catarina.

A primeira transição

A primeira transição é entre a natação e o ciclismo. “A organização é a base da nossa vida. Tem que deixar tudo muito bem esquematizado para sair da natação. Na área da transição você tem seu cavalete, onde fica a sua sacola e lá dentro tem que estar tudo organizado: o capacete, a comida a vestimenta que você irá usar. A seguir é preciso memorizar em qual corredor está a sua bicicleta. A transição decide muitas provas.  Este momento é um pouco mais demorado, além da troca de roupa, tem a questão da alimentação que é a base para um bom ciclismo“.

A segunda transição

Guilherme salienta que a etapa requer igualmente muita organização. Colocar a bike no cavalete e preparar-se para colocar o tênis de corrida é o caminho natural. Mais uma vez o treinamento é essencial: “A transição também é muita treinada, simulando a chegada e a entrega da bicicleta e tudo mais que envolve este momento”.

Imagem prova Ironman Brasil 2018

3- Aspectos físicos e emocionais:

Guilherme também recomenda que é necessário fazer simulação ao longo do período de treinamento para diminuir o impacto psicológico e físico na prova. Ele justifica que: “se você não é treinado para algumas situações numa prova tão longa, seu corpo pode responder de uma forma errada. Se você é acostumado a se trocar de roupa rápido e durante a prova faz mais devagar do que o treinado, talvez o seu corpo não entenda direito e pode trazer algum prejuízo lá na frente. A hora de errar é na hora do treino”.

A transição da natação para o ciclismo pode gerar problemas de tontura, queda de pressão e outros desconfortos. Guilherme descreve que há um nível de adrenalina que muitas vezes na bike, depois de 20 ou 25 quilômetros é que tende a normalizar. Na questão circulatória entre uma etapa de natação e ciclismo, ele afirma que o corpo sente bastante e tudo isso precisa ser treinado.

A readaptação é decisiva para evitar a sensação de travamento das pernas. As técnicas de finalização da prova de ciclismo servem para amenizar problemas. Estar pronto para mudança e utilizar a estratégia certa para lidar com o cansaço do corpo, fará a diferença para manutenção da motivação, tão importante para o atleta manter-se firme rumo ao término da prova.

Por Luciano Araujo